Grupo internacional de pesquisadores promove cooperação que auxilia a superar pandemias
Um grupo internacional de pesquisadores reuniu um conjunto de dados sobre formas de responder a pandemias e desastres, apontando comportamentos que podem auxiliar na superação da crise da COVID-19. O estudo, que foi publicado na Nature Human Behaviour, tem como líderes pesquisadores da New York University e da Stanford University, ambas nos Estados Unidos, e ainda traz autores de outras universidades estadunidenses, do Reino Unido, da Holanda, da China, da Austrália, do Canadá e do Brasil.
Entre os resultados obtidos pelo grupo de pesquisadores estão as vantagens de líderes promoverem a cooperação entre as pessoas e a adesão às novas normas, a difusão de mensagens que tragam senso de propósito comum entre a população e a diminuição da polarização política.
O único coautor brasileiro do estudo é o pesquisador Paulo Sérgio Boggio, que é professor do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Presbiteriana Mackenzie (CCBS-UPM), coordenador do Laboratório de Neurociência Cognitiva e Social do CCBS-UPM, e pesquisador do Centro de Pesquisa Aplicada em Bem-Estar e Comportamento Humano (CEBEM), um Centro de Pesquisa e Engenharia (CPE) constituído pela FAPESP e pela Natura, com sede na Universidade de São Paulo (USP).
Atualmente, o grupo realiza uma pesquisa em mais de 60 países para verificar se as informações levantadas pelo estudo se aplicam especificamente à pandemia do novo coronavírus SARS-CoV-2.
O artigo publicado mostra que em crises, como a atual, são criadas oportunidades para que os líderes, em diferentes níveis, possam coordenar os indivíduos e a ajudá-los a evitar comportamentos que são inadequados para a nova situação. Esse ponto pode ser bastante positivo em comunidades mais pobres, onde os líderes religiosos e comunitários podem auxiliar a propagar informações de saúde que contribuam para a contenção da pandemia nesses locais. Algo que também se aplica às autoridades em nível nacional.
No caso do Brasil e dos Estados Unidos, Boggio explica que as diferentes versões dos presidentes e dos governadores quanto à gravidade do vírus podem abalar a confiança da população, prejudicando a adesão às novas normas de saúde. A polarização política nos dois países também é posta como um fator que atrapalha a contenção do novo coronavírus.