Pesquisadores analisam os desafios das Políticas de Comunicação
No dia 15 de junho de 2020 (segunda-feira), às 20h, a ULEPICC-Brasil (capítulo brasileiro da União Latina de Economia Política da Informação, da Comunicação e da Cultura) promove o lançamento do livro "Desafios das Políticas de Comunicação”, resultado de 12 pesquisas assinadas por 19 pesquisadores brasileiros. A obra foi organizada pela ex-coordenadora nacional do GT Políticas de Comunicação, Eula D.T. Cabral, que também assina um dos capítulos. A live (transmissão ao vivo) com os autores acontece na plataforma Jitsi.
A obra “Desafios das Políticas de Comunicação” apresenta pesquisas apresentadas no Grupo de Trabalho (GT) “Políticas de Comunicação” do VII Encontro ULEPICC-Brasil, realizado em 2018 em Maceió (AL). Dividida em quatro partes, analisa desde experiências locais até as legislações e suas regulamentações nos países da América Latina, como é o caso de Brasil e Argentina.
Na primeira parte do livro, “Políticas de Comunicação na América Latina”, são apresentadas duas pesquisas fundamentais sobre a realidade latino-americana.
Os pesquisadores Anderson Andreata e Adilson Vaz Cabral Filho assinam a pesquisa “A regulamentação da comunicação pública nas mudanças de governo no Brasil e na Argentina”, analisando como as políticas de comunicação resistem nos dois países e se as relações de poder atuam ou não como moeda de troca em função de jogos de interesse político.
Adilson Vaz Cabral Filho, coordenador do Centro de Pesquisas e Produção em Comunicação e Emergência (EMERGE) e professor da Universidade Federal Fluminense, mostra na pesquisa “Regulamentação democrática da radiodifusão comunitária” como as demandas de resistência da radiodifusão comunitária podem ser articuladas e renovadas, propondo-se uma plataforma de mobilização para a regulamentação do setor, sendo capaz de promover a sustentabilidade das emissoras de rádio e TV comunitária.
Na segunda parte da obra, “Mídia e Governo Lula”, cinco pesquisadores disponibilizam três pesquisas que fazem relação entre mídia, política e a imagem do ex-Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, que presidiu o país no período de 2003 a 2010.
A pesquisadora Ana Paula Lucena assina a pesquisa “Políticas e estratégias de comunicação: experiências de comunicação pública na presidência de Luiz Inácio Lula da Silva”, onde analisa se os princípios da comunicação pública foram inseridos ou não no plano de comunicação da Secretaria de Comunicação da Presidência durante o governo Lula.
Ana Maria da Conceição Veloso, Fabíola Mendonça de Vasconcelos e Laís Cristine Ferreira Cardoso, na pesquisa “A prisão de Lula nas capas e editoriais da Folha de S. Paulo”, mostram como foi feita a cobertura do jornal em relação à prisão do ex-presidente, ocorrida no dia 7 de abril de 2018, o período que antecedeu o julgamento do Habeas Corpus pelo Supremo Tribunal Federal até uma semana após a prisão do ex-presidente.
Rosangela Fernandes assina “Os interesses da imprensa e da justiça se encontram na Lava Jato: O caso O Globo e a sentença do tríplex”, verificando como o jornal registrou a condenação do ex-presidente e sua influência no impedimento, em 2018, de sua candidatura à Presidência da República e como o juiz do caso, Sérgio Moro, se tornou ministro da Justiça do candidato eleito.
Na terceira parte da obra, “Mídia e sociedade civil”, sete pesquisadores mostram cinco experiências que envolvem a população brasileira e vêm sendo trabalhadas nas instituições de ensino e pesquisa no Brasil.
Priscila Martins Dionízio, na pesquisa “Direito à comunicação e democracia: breve aproximação da agenda brasileira”, reflete sobre os conceitos de problema e agenda, analisando os momentos em que a economia política das comunicações ocupou a agenda pública brasileira, a partir da reivindicação do direito a comunicar.
As pesquisadoras Rafaela Caetano Pinto e Maria Ivete Trevisan Fossá assinam a “Regulação da mídia: um estudo da classificação indicativa”, onde examinam os interesses privados e públicos relacionados à classificação indicativa, levando em consideração a regulação da mídia, por meio das políticas públicas de comunicação, para a democratização da informação.
O professor e pesquisador Carlo José Napolitano, na pesquisa “O diálogo externo do Supremo Tribunal Federal: as deliberações da Corte acerca das políticas públicas de comunicação”, analisa o cenário brasileiro e apresenta as contribuições teóricas, nacionais e estrangeiras, sobre as relações do STF com a opinião pública brasileira.
A ex-coordenadora do GT e coordenadora do grupo de pesquisa EPCC, Eula D.T. Cabral, na pesquisa “Políticas de comunicação e de cultura acessíveis à sociedade: O projeto EPCC” mostra a importância e o desafio das políticas de comunicação e de cultura serem acessíveis à sociedade brasileira, partindo da análise do projeto Economia Política da Comunicação e da Cultura (EPCC) que vem sendo desenvolvido na Fundação Casa de Rui Barbosa.
Os pesquisadores e professores da Universidade Federal Fluminense, Patrícia Saldanha e Pablo Bastos, assinam a pesquisa “Publicidade de utilidade pública (PUP): um viés concreto de engajamento político da publicidade social, numa perspectiva brasileira”, analisando a possibilidade contra-hegemônica da comunicação publicitária na atualidade.
A última parte do livro, “Desafios da regulação no Brasil”, apresenta duas pesquisas feitas por cinco pesquisadores do Sudeste e do Nordeste.
Os professores Patrícia Maurício e Creso Soares Júnior, na pesquisa “A luta do jornalismo entre a independência e o interesse dos financiadores”, verificam a situação do financiamento do jornalismo privado e como o jornalismo de qualidade pode sobreviver no Brasil.
E para fechar com chave de ouro, os pesquisadores Maria Clara Estrêla Oliveira Almeida, Jacqueline Lima Dourado e Juliana Fernandes Teixeira assinam a pesquisa “Os desafios para regulação do VOD no Brasil: legislação, concorrência e perspectivas”, examinando as atuais formas econômicas e tecnológicas da TV no Brasil, destacando o Vídeo Sob Demanda (VOD) e os seus desafios diante da legislação nacional e do mercado brasileiro.
